29 de agosto de 2012

Hino da Família



Família – dom e compromisso
1. Tudo Maria conservava
por amor no coração.
Com José, em Nazaré, se esforçava
para compreender tal Filho e tal missão.
Pela noite da fé, os dois seguiam;
vida simples como nós.
Nazaré, porém, é muito mais:
é uma escolha de amor e paz!
Santa Família
Cristo e Maria
Com São José, ouvi a nossa voz!
Dai que a partilha, paz e alegria
Encham de amor o lar de todos nós!
2. Uma família renovada
já desponta em Nazaré.
Virginal, a esposa é mãe dedicada,
Obedece à voz de Deus, o pai José.
Proteção a uma vida que brotava;
união, amor fiel.
Neste espelho, os lares vão se olhar:
só o amor edifica o lar!
3. Quantas lições, ensinamentos
nesta escola de Jesus!
O silêncio e a oração são momentos
que preparam para a vida, para a cruz.
O trabalho assumido livremente,
como o foi em Nazaré,
quer mostrar que seu real valor
vem do homem, que é rei, senhor!
4. Deus Uno e Trino! Ó Deus – família!
Três Pessoas a se amar!
A família pode ser- maravilha!
viva imagem deste Deus, em cada lar!
A família é um dom, é compromisso,
a esperança do amanhã.
E também a Igreja é dom do céu,
é Família do próprio Deus!

28 de agosto de 2012

Convite


Vai ser execelente essa formação!!!
 


O Centro da Família Coração de Jesus juntamente com a Comitê Goiano da Cidadania - em Defesa pela vida, estão promovendo um curso de  formação sobre métodos de regulação de fertilidade  e seminário com o seguinte  tema, Pelo direito a vida.
Apoio PUC Goiás.

OBS: Acadêmicos receberão certificado de participação no final de cada evento.

Local do Evento: Auditório da Área IV da PUC Goiás (Prédio da Reitoria)
Dia 19/09/2012
Horário a partir das 14h
Inscrições gratuita

Informações e inscrições : (62) 3087/7704 / 3087-7702 / 96030485


Evangelho (Mateus 23,23-26)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus: 23Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós pagais o dízimo da hortelã, da erva-doce e do cominho, e deixais de lado os ensinamentos mais importantes da Lei, como a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vós deveríeis praticar isto, sem contudo deixar aquilo. 
24Guias cegos! Vós filtrais o mosquito, mas engolis o camelo. 25Ai de vós, mestres da Lei e fariseus hipócritas! Vós limpais o copo e o prato por fora, mas, por dentro, estais cheios de roubo e cobiça. 26Fariseu cego! Limpa primeiro o copo por dentro, para que também por fora fique limpo. 

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.

O trabalho na família


A Igreja no Brasil aproveita o mês de Agosto para dar enfoque às vocações. Além das vocações sacerdotais e religiosas, outro dos chamados que é refletido é o da família cristã, berço e célula básica da sociedade. Uma família que viva os preceitos do Evangelho e seja, no mundo atual, testemunho do amor de Deus.
A coordenação nacional do Ministério para as Famílias propõe uma série de reflexões para este mês. Baseadas no tema do Encontro Mundial das Famílias deste ano, “A família: o trabalho e a festa”, esses temas semanais poderão a ajudar na oração em família ou no próprio Grupo de Oração.
O trabalho na família 
Gn 1,26-31;21-3
Deus cria o ser humano, como o oleiro que trabalha o barro (Gn 2,7). Diante das maravilhas cridas no mundo, Deus contempla e se rejubila com o ser humano, obra prima do Seu trabalho. Por isso, quando nos reconhecemos como criaturas de especial predileção diante das maravilhas do mundo, revivamos de alguma maneira o júbilo de Deus.
Contudo a criação não deve ser apenas contemplada e admirada pelo ser humano, mas por ele transformada. Com efeito, o trabalho é para cada ser humano um chamado a participar efetiva e afetivamente na obra de Deus, fazendo na criação um verdadeiro trabalho de santificação.
Como coparticipante da criação, o ser humano não está submetido ao trabalho, mas submete a “terra” pelo trabalho. Isto é, todo o globo terrestre está à disposição do ser humano, a fim de que ele, mediante a sua criatividade e o seu compromisso, descubra os recursos necessários para viver e fazer deles o devido uso. Para esta finalidade, hoje muito mais que no passado, não podemos esquecer que a terra nos foi confiada por Deus como um jardim a apreciar e a cultivar (Gn 2,7).
Através do trabalho, as pessoas também nutrem as suas relações familiares. Com efeito, a benção de Deus diz respeito a fecundidade do casal e a dominação da terra. Esta dupla benção convida a bondade da vida familiar e da vida de trabalho, encorajando o ser humano a encontrar uma forma de viver a família e o trabalho de modo equilibrado e harmonioso.
Airton e Marli Silva

24 de agosto de 2012

Hosana nas altura



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Os sumos sacerdotes e os escribas ficaram indignados ao ver as maravilhas que Jesus fazia e as crianças que gritavam no templo: Hosana ao Filho de Davi! Interpelaram-no: Estás ouvindo o que dizem? – Sim, estou, respondeu Jesus. Nunca lestes nas Escrituras: Da boca dos pequeninos e das criancinhas preparaste um louvor? (Mt 21, 15-16).

Herodes, furioso, mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, de acordo com o tempo indicado pelos magos. Assim se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos e não quer ser consolada, pois não existem mais (Mt 2, 16-18).

O clamor das crianças é sempre original e atrai, pela pureza com que sobe ao Céu, a atenção da sociedade e o olhar de Deus. Do canto alegre – Hosana! – semelhante a uma revoada de pássaros até o grito de socorro que há poucos dias ressoou mundo afora, partindo do Rio de Janeiro, Deus quer que nossos ouvidos se abram para acolher as crianças. Ele é o Senhor da História e não abandona o mundo. Sua palavra de vida e de graça continua a ser oferecida à nossa geração, para que o Seu Reino chegue e todos os seres humanos alcancem a felicidade prometida.

Os pequeninos de Jesus dizem, teimosamente, ao nosso mundo que não se pode viver sem Deus. Eles proclamam Sua presença e Sua chegada. Ensinam-nos que a melhor oração é o louvor, a ação de graças, o elogio, a festa. Não é tempo desperdiçado viver o tempo como vivem as crianças, sem agitação, brincando diante da face de Deus. Sendo porção frágil e tantas vezes indefesa da sociedade, estão dizendo, com seus sofrimentos, ao nosso mundo adulto e teimoso que filho não é trabalho, mas bênção, que um mundo sem crianças é um triste mundo! (Cf. Sl 126, 3-5).

O Domingo de Ramos abre a Semana Santa e quer expressar a abertura de nossas casas e de nossas vidas a Jesus Cristo Salvador. Bendito o que vem em nome do Senhor! Acolher Cristo significa aceitar Sua Palavra e Sua salvação. Não existe outro nome pelo qual possamos ser salvos! E salvação é rumo para a existência, que deixa de ser beco sem saída. Aos que sofrem diante do mistério da dor ou da morte, Ele vem dizer que a dor pode se transformar em amor. Aos que estão tão mergulhados nas preocupações que, muitas vezes, se desesperam diante dos dramas do cotidiano, o Senhor diz que não é somente para esta vida que n'Ele depositamos a confiança. Há uma eternidade que nos espera, uma casa nova preparada hoje pelo nosso caminhar pelas ruas de nosso tempo.

Nós sairemos pelas ruas no Domingo de Ramos, recordando os acontecimentos de Jerusalém. Em nome de Jesus Cristo, somos todos convidados a sair de nós mesmos e entrar na casa das outras pessoas, levando a Boa Nova. Quem participa da Procissão de Ramos acolha a proposta de continuá-la, numa vista de Semana Santa ou de Páscoa, indo à casa de alguma pessoa ainda distante da Igreja ou de um parente do qual se afastou por qualquer motivo. Quem sabe será uma visita a um enfermo ou aos encarcerados. É para chegar desarmado, apenas para estar com as pessoas. Repetir-se-ão os benditos ao nome do Senhor quando as postas se abrirem!

À entrada de Jesus em Jerusalém, as crianças, os jovens e os adultos estendiam ramos de palmeira e também os próprios mantos pelas ruas, para acolhê-Lo. Ramos de palmeira, sinais de vitória, com os quais queremos dizer que Nosso Senhor é Rei e que n'Ele acreditamos. Roupa é sinal de valor e dignidade e queremos encontrar em Jesus Cristo a roupa do homem novo, pessoas renovadas no batismo, que estendem braços abertos para que passe a salvação.

Com a Jerusalém do Domingo de Ramos, nossas cidades querem dizer a Jesus que estamos conscientes de sermos contraditórios, pois nossos hosanas se transformam rapidamente em gritos de “crucifica-O”. Encantados com a beleza da vida, outros dias jogamos fora nossas crianças recém-nascidas ou transformamos o jardim de Deus, que é nosso mundo, em deserto árido e triste. Sabemos o que vale a união em torno das grandes causas e ainda assim nos defendemos no individualismo, cada um em busca dos próprios interesses. Senhor do lava-pés, da Paixão e da cruz, Senhor do silêncio do Sábado Santo, Senhor da manhã da Ressurreição, bem-vindo entre nós! Vence, Senhor, nossas contradições e endireita nossos caminhos! Ultrapassa, Senhor, nossas portas fechadas e traz-nos a Paz!
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Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

23 de agosto de 2012

Um olhar simples sobre todas as coisas



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Traumatizantes são as reações que temos diante dos acontecimentos
Nós falamos várias vezes sobre o olhar de Deus, Ele tem o olhar que nos cura. Muitas vezes, olhamos para a Hóstia Consagrada, mas é importante nos darmos conta de que o que nos cura é o olhar que o Senhor tem para nós.

Mas, neste texto, quero falar sobre o nosso olhar, existe o olhar de Deus sobre nós, mas se nós somos curados pelo olhar do Senhor, essa cura proporciona a nós um olhar curado, uma forma nova de olhar o mundo.

Ninguém traz uma lâmpada para colocá-la num lugar escondido ou debaixo de uma vasilha; coloca-a no suporte, a fim de que os que entram vejam a claridade. A lâmpada que ilumina o corpo é o olho (cf. Lc 11,33-34a). São Lucas era médico, mas também era pintor, fez diversos ícones da Virgem Maria, como nos ensina a Sagrada Tradição. Jesus diz que a lâmpada que ilumina o corpo é o olho, todos sabemos que o olho não tem luz própria, mas aqui Ele não fala sobre a biologia do nosso corpo, Ele revela o segredo da alma, existe uma forma de enxergar o mundo que nos ilumina e uma forma que nos leva às trevas, Ele fala da visão espiritual.

"Se teu olho for simples, ficarás todo cheio de luz; mas se teu olho for ruim, ficarás todo em trevas!35. Examina, pois, se a luz em ti não são trevas!36.Se então teu corpo estiver todo cheio de luz, sem traço algum de escuridão, ficarás totalmente iluminado, como acontece quando a lâmpada te ilumina com seu clarão" (Lc 11,34b-36). Ele fala de uma iluminação interior. O olho seria a janela da alma, essa abertura pela qual a luz entra no nosso interior, na nossa alma. Nós precisamos ter um olhar diferente sobre o mundo, isso faz a diferença.

Nenhum acontecimento na sua vida o traumatiza, o que traumatiza é a reação que você teve diante do acontecimento. Nós somos livres para reagir diante da vida. O que muda é nossa reação, não é o que você viveu, mas como você reagiu no que viveu. A diferença está no olhar de como você olha diante das realidades, diante do mundo. Sofrimento todo o mundo tem, mas como você reage diante da cruz da vida?

A maturidade humana se mede diante da capacidade que a pessoa tem de experimentar o sofrimento e transformá-lo numa coisa positiva. Existem dois tipos de adulto, aquele que sofre e se torna algo destruidor, transformando em coisas que fazem mal a ele (depressão), e aquele que sofre e é capaz de transformar aquilo em cruz que o leva à ressurreição.Ou você abraça sua cruz e corre para ressurreição ou você foge dela e morre esmagado por ela.

O olho é a lâmpada do corpo. “Se teu olho for simples, ficarás todo cheio de luz”. Simples é ser sem dobras. Uma coisa complicada é uma coisa que foi dobrada, que não consegue se ver facilmente. Simples é uma coisa aberta, as coisas de Deus são simples, nós que somos complicados; o Altíssimo quer que tenhamos um olhar simples sobre as coisas. Eu quero ajudá-lo a ter um olhar simples sobre as coisas.

O que nos faz ter um olhar complicado diante das coisas é ficarmos olhando para nós mesmos; atitude do egoísmo. Vamos olhar o mundo com a simplicidade de Deus. Ele nos colocou neste mundo para preparar o céu, mas nos esquecemos disso e complicamos tudo. Esquecemo-nos dessa realidade e ficamos perdidos em nossa vida. Esta vida é muito simples. Jesus disse para Marta: “Marta, tu te inquietas e te agitas por muitas coisas, uma só coisa é necessária”, ou seja, prepararmos a nossa vida para Deus.

Eu sou padre para preparar o meu céu e ajudá-los a chegarem ao céu. Olhe para sua vida de uma maneira muito simples, de quem está preparando o seu céu. Minha vida seria muito complicada se eu, como sacerdote, estivesse preocupado com minha carreira, em ser bispo, ser famoso. Não adiantaria nada conseguir tudo isso e perder o meu céu. A simplicidade é preparar o meu céu.

Da mesma forma, para você que vai se casar: a felicidade existe, mas não será seu (a) esposo (a) que lhe dará a felicidade. Sua felicidade está em preparar o céu. Seu (a) companheiro (a) é alguém que o ajuda a ir para o céu. Jesus nunca prometeu felicidade a ninguém nesta terra. Mas no céu você terá a felicidade. Quem promete felicidade aqui é o diabo e ele sempre dá o inferno.

Esta vida é bonita, é boa, tem alegria, sim, para nos dar, mas a felicidade é sempre marcada por uma tristeza, o prazer é sempre empanado por uma dor, a vida é assim. Não há nada errado com sua vida, aqui existem coisas boas e bonitas, mas aqui é só um "tira-gosto", o "banquete" será no céu. Aqui nunca haverá felicidade completa; eu sou profundamente feliz por saber que isso aqui não é tudo. A vida é bonita, mas se ela for tudo ela se torna uma má notícia. O "tira-gosto" é bom, mas ele pesa no estômago. A vida é bela, mas queremos muito mais.

Jesus olhava para esta vida, dando a vida, nós precisamos dar a vida, amar. O que complica nesta vida é não enxergarmos o amor de Deus. Se você ama os outros, Deus o amou primeiro. O olhar complicado é da pessoa que não abre o olho para ver o amor de Deus em primeiro lugar. Muitos acham que amam primeiro e, então, se cansam de amar e querem somente ser amados. Isso é um olhar complicado. Abra o olho e enxergue que Deus o amou primeiro! Você responde ao amor de Deus amando as outras pessoas. Você já é amado. Se seu olhar for simples, você enxergará que já foi amado. Uma pessoa que não se sente amada é como um homem que possui trilhões em dinheiro no banco e fica na rua mendigado.

Se seu olhar é complicado a sua vida se tornará trevas e, dessa forma, viverá sem a luz que vem de Deus. Nós como cristãos podemos pedir a Deus um novo olhar, um olhar simples, para enxergarmos as coisas sem que elas nos destruam, sem que elas afetem o amor do Senhor em nossa vida. Jesus também sofreu, chorou, viveu a cruz. Não estou aqui propondo a "mágica da Poliana", que é uma menina da literatura que descobriu que sofreria menos se visse o lado positivo de todas as coisas; não é isso que estou propondo. O pecado continua sendo terrível, satanás continuará nos tentando para perdemos a vida eterna, mas faz parte do nosso arsenal de guerra ter um olhar simples.

Estou aqui para preparar o meu céu e a única forma de conseguir isso é amando os outros. Dizer que crer no céu atrapalha o amor é não entender nada de céu. Nós queremos a Páscoa do céu, mas não existe ressurreição se nós não abraçarmos a cruz. Examine como você está olhando a vida, se está olhando o "tira-gosto" como se fosse um "banquete", querendo da vida aquilo que ela não pode lhe dar. Se você mantém o foco no amor de Deus tudo muda.

Eu não sei o que será de mim amanhã, a vida muda tanto. Quando fui ordenado sacerdote nunca pensei que faria programa na TV, que teria um site na internet, eu pensava no meu sacerdócio de uma forma totalmente diferente. Pense se eu ficasse apegado aos sonhos de 19 anos atrás. Deus lhe dá circunstâncias diferentes.

As pombas são simples, pois elas voam reto, e sabem aonde vão chegar. Precisamos ter a simplicidade da pomba, mas a prudência da serpente, ela caminha de forma sinuosa e dribla os obstáculos. Tenha jogo de cintura, saiba refazer os seus planos em cima das cinzas de seus planos antigos. Deus preparou um lugar para mim no céu e lá há felicidade. Enquanto isso a felicidade daqui é sempre manchada por um pouco de tristeza, por isso precisamos viver a simplicidade da pomba e a prudência da serpente.
Padre Paulo Ricardo

22 de agosto de 2012

Os perigos da meia conversão


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Falemos dos convertidos para alguma fé. Uma coisa é seguir em frente na mesma fé herdada dos pais e assumida pessoalmente e outra optar por outro púlpito, outros pregadores, outras maneiras de orar, outra forma de ver a ação de Deus na pessoa e na comunidade.

De repente, alguém ferido no corpo e na alma encanta-se com as notícias de que, em determinados templos, existem curas e palavras de conforto. Não vai lá pelos dogmas e sim pela cura e pelo conforto. Em questão de fé, o sentir pesa muito mais do que o intuir ou o entender.
Na verdade, o convertido pensa em si, depois em Deus, Ele quer respostas que alguém lhe oferece em nome do Senhor e são aquelas respostas prometidas que levam um convertido ao novo templo. Ele queria e por enquanto achou um lugar e um ambiente que favoreça a prática de sua fé. Se vier a decepção sempre haverá outros templos e outras igrejas… Muda-se!
Quando o culto e as pregações da igreja na qual foi batizado não satisfazem e o entusiasmo e as pregações da outra igreja trazem respostas tipo: "Deus é", "Deus quis", "Deus quer", "Você foi escolhido", ele se identifica. "É a palavra que eu andava procurando…". Paulo toca no assunto quando escreve a Timóteo sobre os que procurariam outros mestres que diriam ou desejariam ter ouvido. (cf. Tm 4,-1-5). Sentir-se escolhido e eleito é outra coisa do que ser um no meio de bilhões. Esta singularização já levou muitas pessoas da grande para as pequenas comunidades onde são mais notadas e acolhidas.
O gigantismo nem sempre ajuda uma igreja. Não há ministros para cuidar de tanta gente. Equivale ao hipermercado com mais de 100 mil visitas diárias e número insuficiente de funcionários. A pessoa procura melhor atendimento. Isso tem acontecido com a Igreja católica, além de outras diferenças que levaram muitos fiéis a procurar igrejas menores onde se sentem menos número. Não é o dogma que as leva para lá. É a atenção e são as promessas e garantias de resultado que todos os dias são mostrados lá na frente ou na televisão. Vão para os templos onde a graça acontece e é mostrada.
Os católicos fazem o mesmo quando vão a lugares de peregrinações ou movimentos onde se sentem singularizados. “Você” e “Deus” e “Jesus” são as três palavras mais usadas por estes pregadores. Corresponde ao que estes fiéis queriam ouvir.
Convertem-se porque querem o melhor para si. Depois é que começam a querer o louvor de Deus e o melhor para os outros. Mas quando vem a dificuldade e este fiel que mudou de fé percebe que não aconteceu o melhor, a doença voltou, os problemas voltaram, a filha não mudou, o marido não mudou, ou voltam, vão procurar o mais novo pregador e a mais nova igreja que apareceu na televisão. É para lá que fazem romaria. Há um novo pregador bombando na mídia. E vão ouvi-lo porque sua religião é altamente personalizada da mesma forma que é sua fé. Mudam também o enfoque a partir do pregador em evidência. Se ontem era Jesus, depois era o Espírito Santo, agora é o Pai. Se ontem era a graça Universal, agora é o Poder Mundial. Se ontem era o “não sofra mais”, agora é o “não espere mais”. Decida!
Os nossos tempos, à mercê da cultura do indivíduo soberano, geraram milhões de migrantes da fé. Mudam com enorme facilidade e sem nenhum drama de consciência de um templo para o outro e de um caminho para o outro. E ouvem os pregadores a dizer que se não estão confortáveis num caminho devem buscar sua realização no outro porque Deus criou muitos caminhos para que o indivíduo exerça sua liberdade de escolha. Na maioria das vezes é o jeito de o pregador justificar por que ele mesmo mudou duas ou três vezes, trocou de igreja ou de grupo de espiritualidade e até fundou a própria, sempre dizendo que Deus queria a mais nova igreja.
“Você não está feliz onde está? Venha conosco!” É o que se ouve nesses púlpitos. Mas não há muita lógica, porque nunca se ouve dos mesmos pregadores: “Você não é está feliz conosco? Procure outra igreja”. Aí, não! Vir, pode, ir embora é abandonar o caminho certo! O marketing chega a ser deslavadamente cruel. “Deixar a outra igreja pode, deixar a nossa, nunca!”
Não se ensina que não há igreja nem religião perfeita, nem estradas perfeitas. Uma pode ser melhor do que a outra, mas sempre haverá buracos, empecilhos, barreiras. Aí depende muito do individuo ser capaz de se perdoar e perdoar a sua igreja que segundo sua avaliação errou para com ele não lhe dando o conforto que ele esperava. Perdoará a mais nova igreja quando ela também falhar? E ele, por acaso, não precisa pedir perdão à sua antiga e agora à sua nova igreja? As igrejas são pecadoras, mas o sujeito que muda de opção, quando as coisas não saem do seu jeito, não o é?
Contornar barreiras e seguir aquele caminho ou, decepcionado, voltar atrás porque não achou o que queria é o grande drama da conversão! Se foi opção verdadeira o convertido pensará nos outros e fará todos os sacrifícios possíveis para prosseguir no caminho de sempre. Se não foi opção pelos outros e sim por si mesmo, ele mudará e irá lá onde de um jeito ou de outros era protagonista e fará o que sempre sonhou fazer.
Mas no novo caminho, ao primeiro grande conflito, se converterá de novo. Ou deixara de praticar ou mudará outra vez e achará algum culpado pelo seu novo desânimo. Evidentemente. O problema nunca será ele. Mudou porque os outros não o acolheram ou respeitaram…
O perigo da meia conversão existe, como também existe o perigo da meia vocação, da meia promessa e do meio casamento. Todos eles se assemelham à meia virgindade. A história de todas as religiões coincide nesse aspectoOs que ficam e perdoam sua igreja e os que se cansam dela e buscam outra que lhe fale mais ao coração. Os dogmas aparecem depois. As dúvidas contra sua própria igreja são alimentadas pelo pregador que deseja mais alguém em suas fileiras, sempre cuidadoso a não mostrar os podres da sua igreja. Lá tudo é graça, tudo é força, tudo é luz porque um novo tempo exige uma nova igreja! O marketing é bonito, mas nem sempre honesto!
A maioria muda pensando em si e sai pensando em si. Não havendo nem alteridade nem altruísmo, não haverá ascese, e não havendo ascese, foi apena meia conversão! Se o ego do fiel for outra vez desafiado ele não hesitará em mudar. Sua individualidade está acima de qualquer religião ou fé. Releia a segunda Carta de Paulo a Timóteo, 4,1-5. Já naquele tempo a alteridade andava em baixa!…

Pe. José Fernandes de Oliveira - Pe. Zezinho, scj

21 de agosto de 2012

Por onde seguir?



Nós precisamos ter clareza da vontade de Deus para a nossa vida, para não ficarmos parados  no que não é essencial. Talvez você tenha se perguntado: Como faço para obter esta clareza? Todos os dias o Senhor nos dá uma direção precisa para seguirmos, e se  colocarmos em prática, a luz de Cristo nos conduzirá ao porto seguro porque a palavra do Senhor é lâmpada para os nossos passos.
Hoje, o Senhor nos dá esta direção: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará” (Mt 6,14-15).
Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao Vosso, fazei-nos viver o amor e a reconciliação.

20 de agosto de 2012

O verdadeiro bem dos filhos



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O que de melhor posso deixar para os meus filhos?

Um dos maiores amores do mundo é aquele que - com algumas tristes exceções - os pais têm pelos filhos. Sai-lhes da mais entranhada fibra da alma querer bem a seus filhos e desejar o melhor para eles. Mas são poucos os que entendem qual é o maior bem para eles.
Muitos dirão que o maior bem é a saúde, porque é um pressuposto básico de quase todos os outros bens: "Tendo saúde, tudo se pode superar, tudo se pode conseguir!". Será preciso, como é lógico, acrescentar uma boa educação (procurar - como costumam dizer muitos pais orgulhosos dos filhos - que “não fumem, não bebam, não caiam na droga”) e proporcionar-lhes um preparo profissional de excelência, o qual lhes permita ter segurança e bom nível material de vida pessoal e familiar.
Será que isso é o “maior bem”, o “melhor” para os filhos? Tudo o que acabamos de mencionar é excelente, sem dúvida, mas não é o mais “essencial”; em vários aspectos, nem sequer é “imprescindível” (há, por exemplo, pessoas com sérias deficiências físicas ou com carência de bens materiais que são fantásticas, realizadas e felizes).
Assista também:"O exemplo dos pais transborda para os filhos", com prof. Felipe Aquino 

Seria um contrassenso que o bem mais "essencial" fosse desprezado, deixado de lado pelos pais. Faltando o essencial, todas as coisas “boas” dos filhos ficam como os materiais excelentes de uma ótima casa, a qual não tem alicerces nem pilares sólidos. É bom lembrar o que Cristo diz da casa construída sobre a areia: "Caiu a chuva (das dificuldades e provações), vieram as enchentes (momentos de crise e tormenta familiar, profissional ou social), os ventos sopraram e se abateram contra aquela casa (injustiças, perseguições, inimizades, falência, dívidas, etc.) e ela desabou. Sua ruína foi grande (cf. Mt 7,27).
Daí a grande importância de não perdermos nunca de vista qual é o verdadeiro bem do homem, o único bem imprescindível, sem o qual nenhum dos outros se sustenta. A resposta a essa questão já foi dada por Cristo: "Que aproveita o homem ao ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua alma? Ou que poderá dar o homem em troca da sua alma? (Mt 16,26).
São palavras que brilham como um farol no meio do nevoeiro. Nenhum “bem” vale a pena se a alma estiver privada da Vida divina, da Verdade e da graça de Deus. Com efeito, sem a graça divina, uma alma está “morta” e, então, as melhores qualidades e “bens” de que possa dispor não passam de flores vistosas enfeitando um corpo sem vida. Estando ausente a vida, “de que aproveitam” as flores?
Os pais deveriam pensar mais nisso, todos os pais cristãos deveriam ser capazes de compreender o que significa Cristo, o único Caminho, Verdade e Vida (Jo 14,6), e o valor de uma eternidade feliz. Uma e outra vez deveríamos repetir-nos que “querer bem” outra coisa não é senão “querer o bem” dos filhos, e que não pode haver “bens” autênticos quando falta Deus. "A quem tem Deus - dizia Santa Teresa de Ávila - nada lhe falta". A quem não O tem - poderíamos acrescentar - falta-lhe o suporte, impedindo que as melhores coisas (família, amor, alegria, sentido da vida) se esfarelem.
É excelente, sem dúvida, o empenho dos pais para que os filhos tenham saúde, cultura, bem-estar, capacitação profissional que lhes permita enfrentar, com segurança, o futuro. Mas é um empenho muito mais excelente e vital - por ser decisivo nesta terra e na eternidade - esforçarem-se com a sua oração, o seu exemplo e uma orientação prudente e contínua, para que os filhos conheçam as verdades da fé cristã - a doutrina salvadora de Cristo - e aprendam a amá-las e praticá-las.
Podem ter a certeza de que as virtudes cristãs de um filho vão lhe fazer, ao longo da vida, um bem infinitamente maior do que todos os diplomas ou contas bancárias que lhes possam proporcionar. Mil vezes mais vale a fé do que a saúde, a união com Deus do que o sucesso. Só as virtudes cristãs são os tesouros verdadeiros de que Cristo falava (Mt 6,19-20).
Somente esses tesouros proporcionam, àqueles que amamos, a “realização”, o bem pleno, quer nesta terra, quer na eternidade. Sem esta convicção, todos os carinhos cheios de boa vontade podem vir a desfazer-se como um sonho ilusório.
Por isso, sempre deveria ecoar em nossos ouvidos, como um norte para a vida e, especificamente, para a família, o segredo que Cristo confidenciou a Marta: Tu te inquietas e te perturbas por muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada (Lc 10, 41-42). A “melhor parte” é estarmos junto de Cristo, segui-Lo atentos às Suas palavras, fazer do amor de Deus e da Sua santa vontade a estrela que guia nossa vida. Aí está o verdadeiro bem do homem.

Padre Francisco Faus

Leitura do Dia

Naquele tempo, 16alguém aproximou-se de Jesus e disse: “Mestre, que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?” 17Jesus respondeu: “Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é o Bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos”. 18O homem perguntou: “Quais mandamentos?” Jesus respondeu: “Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, 19honra teu pai e tua mãe, e ama teu próximo como a ti mesmo”. 
20O jovem disse a Jesus: “Tenho observado todas essas coisas. Que ainda me falta?”21Jesus respondeu: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. 22Quando ouviu isso, o jovem foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico. 

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.

19 de agosto de 2012

leitura do dia

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios: 

Irmãos: 20Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram.
21Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. 
22Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão. 23Porém, cada qual segundo uma ordem determinada: Em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião de sua vinda. 24A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força. 
25Pois é preciso que ele reine até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés. 26O último inimigo a ser destruído é a morte. 27aCom efeito, “Deus pôs tudo debaixo de seus pés”. 

- Palavra do Senhor. 
- Graças a Deus.

17 de agosto de 2012

Surgiu um grande sinal no céu


Por Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém/PA
Assessor Eclesiástico da RCCBRASIL
Deus fala sempre e é necessário apurar os ouvidos diante de suas palavras. Muitas vezes o silêncio é a sua voz (Cf. Is 30,15; Sl 64,2), outras muitas vezes manifesta-se através de pessoas por ele enviadas, cujos gestos e respostas aos apelos do Senhor são altamente eloquentes. Grita bem forte diante da história o sinal que é a Igreja, esposa de Cristo, cuidada com amor por aquele que se entregou para fazê-la santa e imaculada. Sinal de Deus é o fato de ser esta mesma Igreja constituída por homens e mulheres marcados pela fragilidade comum a toda a natureza humana, mas tocados pela graça de Deus, que os conduz progressivamente à estatura de Cristo (Cf. Ef 4,13-16). O mistério de Cristo, luz do Mundo, há de resplandecer na face da Igreja.
Tudo o que se diz da Igreja em geral pode ser aplicado em particular àquela que foi escolhida e preparada pelo Pai do Céu para ser Mãe de seu Filho amado, a Virgem Maria, Imaculada, Assunta ao Céu, sinal de Deus para o mundo. Por outro lado, tudo o que se diz de Maria pode ser aplicado à Igreja no seu conjunto, como graça e vocação (Cf. Ap 11,19; 12,1-10). Ao celebrarmos com a Igreja a Festa da Assunção de Nossa Senhora, deparamo-nos com uma torrente de ensinamentos a serem colhidos com sabedoria, ainda que não sejamos capazes de absorver toda a riqueza dos mistérios de Deus, realizados em santa cumplicidade com a humanidade, nos quais nos envolvemos, com Maria e do modo de Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe.
O fato de Deus ter preservado da corrupção a Virgem Maria, elevando-a em corpo e alma, “assumindo-a” na “Assunção”, traz consigo a lição do grande valor dado por Deus a tudo o que é humano. Não nos é lícito desprezar o corpo humano, as realidades terrestres destinadas a contribuírem à realização das pessoas, a beleza da natureza, o relacionamento entre as pessoas. Tudo tem um destino de felicidade e de eternidade, tanto que buscamos um novo Céu e uma nova Terra, onde Deus será tudo em todos! É inclusive condição para a realização humana nesta terra o olhar otimista dos cristãos em relação a toda a criação. Cabe-lhes passar pelas estradas do mundo plantando e colhendo o bem, recuperando a realidade e o sonho oferecidos por Deus no Livro do Gênesis, pois ele nos quer felizes no Paraíso. Nossa vida na terra é ao mesmo tempo saudade e esperança do Paraíso. Em Cristo, Salvador e Redentor, tudo é recapitulado, ganha um novo e definitivo sentido.
Olhar para o grande sinal aparecido do no Céu e dar-lhe um nome – Maria! – traz ainda a grande certeza de termos uma Mãe no Céu, criatura como todos nós, mas escolhida, preservada do mal e elevada à comunhão plena com a Trindade. Um privilégio e uma graça, que a tornou missionária! Ela chegou na frente para mostrar-nos a estrada. Bendita entre todas as mulheres (Lc 1,39-45) para nos mostrar o caminho da benção. Ela é Nossa Senhora da Esperança, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora do Presente e do Futuro! Junto de Deus está a nossa humanidade. Estabeleceu-se um laço definitivo, pelo que nos podemos renunciar a olhar para o Céu e caminhar para lá.
Olhando para aquela que foi assunta ao Céu, parece-me encontrá-la realizada aqui na terra em muitas outras pessoas que trazem os traços de Maria. Dentre tantas, no mês dedicado às diversas vocações na Igreja, volto meu olhar para os homens e as mulheres que descobriram um chamado semelhante ao de Maria, tornando-se sinais da plenitude do Reino de Deus, na vida religiosa. Quando muitos põem toda a esperança nos bens da terra, a vida religiosa proclama a plenitude de Deus, com a bem-aventurança da pobreza, transformada em voto, entrega total de vida, e diz a todos que Deus eleva os humildes, despede os ricos de mãos vazias e sacia de bens os famintos. Com a virgindade e a castidade vividas e testemunhadas, os religiosos e as religiosas reconhecem que Deus olhou para a pequenez de seus servos e servas, e o proclamam senhor de todos os seus afetos, dispostos a construir a fraternidade, não constituindo para si uma família própria, mas suscitando a ternura da família dos filhos de Deus. Ao mundo que luta pelo poder e o domínio de uns sobre os outros, a vida religiosa proclama, com o desafiador voto de obediência – “Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” – que Deus derruba do trono os poderosos. Nos religiosos e nas religiosas o Senhor Jesus quer continuar a se fazer servo, obediente até à morte, e morte de Cruz (Cf. Fl 2,1-11). São pessoas que podem ser parecidas com Nossa Senhora, são homens e mulheres “apressados”, desejosos de viver, desde já, os valores da eternidade. Sintam-se reconhecidos e valorizados pela sociedade, pela Igreja e por todas as pessoas que têm sede de Deus e muitos jovens experimentem o chamado a seguir Jesus de perto nesta forma de entrega à Igreja e ao Reino de Deus.
Com Nossa Senhora, com a Igreja e com as pessoas consagradas na Castidade, na Pobreza e na Obediência, pedimos ao Pai, Deus e eterno e todo-poderoso, aquele que elevou à glória do Céu, em corpo e alma a Virgem Maria, que nos faça viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da sua glória.

16 de agosto de 2012

Assunção: a mulher e o menino vencem o dragão


        

Por Padre Angelo del Favero
Irmãos, Cristo ressuscitou dos mortos, primícias daqueles estão mortos. Como de fato em Adão todos morrem, assim em Cristo todos recebem a vida: primeiro Cristo, as primícias; depois, na sua vinda, aqueles que são de Cristo.
“O templo de Deus que está no céu se abriu, e apareceu no templo a arca da sua aliança. Houve relâmpagos, vozes, trovões, terremotos e uma grande tempestade de granizo. Um sinal grandioso apareceu no céu: uma Mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas; estava grávida e gritava, entre as dores do parto, atormentada para dar à luz. Apareceu então outro sinal no céu: um grande Dragão... O Dragão colocou-se diante da Mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho, tão logo nascesse. Ela deu à luz um filho, um varão, que irá reger todas as nações com um cetro de ferro. Seu filho, porém, foi arrebatado para junto de Deus e de seu trono... e a Mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe havia preparado um lugar ... Ouvi então uma voz forte no céu, proclamando: ‘Agora realizou-se a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo’” (Ap 11,19a; 12,1-6a.10ab)
“Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre! Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite?’. (...) Maria, então, disse: ‘Minha alma engrandece o Senhor’” (Lc 1,39-56).
“A imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”: estes são os termos concisos da proclamação dogmática da Assunção de Maria Santíssima ao céu (Pio XII, “Munificentissimus Dominum”, 1950).
E assim anunciado pela Igreja ao mundo inteiro que, junta a “Cristo ressuscitado dos mortos, primícias dos que adormeceram” (1Cor 15,20), no paraíso atualmente já está presente em alma e corpo sua Mãe Maria, ainda que a hora da segunda vinda de Jesus não tenha ainda chegado (1Cor 15,23).
 Ao definir o dogma da Assunção, deliberadamente Pio XII não responde às perguntas relativas ao desaparecimento de Maria: onde, como, quando Ela morreu?
Do ponto de vista histórico, podemos dizer apenas que ignoramos quase tudo, mas o beato João Paulo II ensinou que o fato constitutivo humano do morrer é afirmado também pela Mãe de Jesus: “A experiência da morte enriqueceu a pessoa da Virgem: passando pela sorte comum dos homens, Ela é capaz de exercitar com mais eficácia a sua maternidade espiritual para com aqueles que estão na hora suprema de suas vidas” (Audiência Geral, 25 de junho de 1997).
Na encíclica Redemptoris Mater, João Paulo II escreveu que a maternidade amorosa de Maria abraça e defende toda a humanidade, como se fosse um filho único. "Maria, presente na Igreja como Mãe do Redentor, participa maternalmente na luta contra o poder das trevas que acontece em toda a história humana" (nº 47).
À luz da Palavra de Deus, o papa enfatiza a luta dramática e ímpar entre a arrogância diabólica do mal e a fragilidade do bem, que está todos os dias diante dos nossos olhos.
São João a descreve no Apocalipse, referindo-se historicamente às perseguições contra os cristãos no Império Romano. Bento XVI faz o seguinte comentário sobre os dois grandes sinais que ele viu:
"Primeiro, o dragão vermelho, fortíssimo, com uma manifestação impressionante e inquietante do poder sem a graça, sem o amor, do egoísmo absoluto, do terror, da violência... O poder militar, político, propagandístico do Império Romano diante do qual a fé, a Igreja, aparecia como uma mulher indefesa, sem nenhuma chance de sobreviver, muito menos de vencer. E, no entanto, sabemos que no fim quem venceu foi a mulher indefesa; não foi o egoísmo nem o ódio que venceu; foi o amor de Deus. E o Império Romano se abriu à fé cristã. As palavras da escritura sempre transcendem o momento histórico" (Homilia da Assunção, 2007).
Esta última afirmação de Bento XVI sobre o valor meta-histórico das Escrituras não significa a ausência de um vínculo profundo e significativo entre a Palavra e a vida presente. Ele logo acrescenta: "Nós vemos que ainda hoje o dragão quer devorar o Deus que se fez menino".
Aqui, o dragão que ameaça a mulher e a criança, que ameaça a Igreja, ameaça o próprio Deus. Ameaça Deus porque ameaça o homem. Sim, porque desde que Deus se fez um de nós, o destino de cada um de nós é também o destino de Deus.
A encíclica Evangelium Vitae (25 de março de 1995) o ensina explicitamente: "Na carne de cada pessoa, Cristo continua a revelar-se e a entrar em comunhão conosco, de modo que a rejeição da vida humana, nas suas várias formas, é realmente uma rejeição de Cristo" (nº 104).
O símbolo do dragão infernal faz pensar nas muitas formas de violência brutal do homem contra o homem. Entre elas, é emblemático o que acontece na China há décadas, com a imposição de abortos criminosos, aos quais milhões de mulheres são obrigadas.
Imagens terríveis deste furor mostraram recentemente o cadáver de um filho assassinado colocado ao lado da mãe: uma monstruosidade que a mídia mundial denuncia, ainda que timidamente, há anos, e que traz o nome estratégico de "política do filho único".
Mas esta denúncia, para não ser parcial e enganosa, não pode deixar de reconhecer também que o "grande dragão vermelho" continua a devorar milhões de crianças na maioria das nações do mundo, graças à indiferença quase geral dos meios de comunicação e daqueles que estão no poder político.
Na Itália, em particular, não existe oficialmente a "política do filho único", mas há uma cultura perversa, inevitavelmente acompanhada pela “política” da liberdade de escolha de matar as crianças concebidas e indesejadas: seja diretamente (Lei 194, Normas para a proteção social da maternidade e da interrupção voluntária da gravidez), seja indiretamente (Lei 40: Normas sobre a procriação medicamente assistida).
Há quem pense que, quando escolhido voluntariamente, o aborto não é uma violência contra a mulher. Falso! É justamente quando é voluntário que o aborto destrói, além do filho, também a pessoa da mãe, moralmente. Pelo simples fato de querer suprimir o fruto do próprio ventre, a mãe nega a si mesma, nega a sua consciência e o seu ser materno, como bem indica e sempre indicará em todo o mundo a conhecida "síndrome pós-aborto".
Se considerarmos o lado oposto, do pretenso direito de ter um filho, veremos que a mulher que apela para a fertilização in vitro, quando dá o aval à matança "técnica" de uma dúzia de seus pequenos filhos no afã de conseguir “ter um nos braços”, se deixa envolver objetivamente por um contexto moral ainda mais horrível do que o da China.
O que dizer, então, como conclusão de tudo isto e à luz do sinal luminoso de Maria Assunta?
Com a palavra, Bento XVI: "Não temam por esse Deus aparentemente fraco. A luta já foi vencida. Este Deus frágil é forte: é a verdadeira força. E, assim, a festa da Assunção é um convite a confiarmos em Deus. Olhemos para Maria, que foi assunta. Deixemo-nos encorajar à fé e à festa da alegria: Deus vence! A fé aparentemente frágil é a verdadeira força do mundo. O amor é mais forte do que o ódio" (Homilia da Assunção).

Aprenda a viver com Jesus


Ser discípulo é aprender com Jesus. Ele nos ensina como ensinou a Seus discípulos. Com Ele, vamos aprendendo um modo novo de viver e de ver a vida. Os seus problemas não podem ser o centro da sua vida. Você não pode centralizá-la nas suas dificuldades, nas doenças, nas pessoas.

Hoje é um dia para se fazer um balanço: fazermos a melhor escolha. Se eu estou centrando a minha vida em qualquer outra coisa, eu não ando, não caminho, não me desenvolvo, não deixo que Jesus a transforme para que eu me torne cada vez mais parecido com Ele.

Jesus se fez Homem para nos ensinar a viver como criaturas humanas. É certo que Ele encontre em você, – como encontrou naquele jovem rico (cf. Mateus 19,16-29) –, disposição. Ele aposta em você, e além da disposição, Ele precisa encontrar em você um profundo desejo de segui-Lo e de mudar de vida.

Talvez você já estivesse no caminho, mas parou na “mediocridade”, ou seja, no mais ou menos, satisfeito no ponto em que chegou. Mas hoje é dia de deixar a mediocridade e decidir-se por Jesus, ser discípulo d'Ele, querer ser semelhante a Ele. Viver como Ele viveu, amar como Ele amou, enfim, ser como o Senhor. Peça essa graça ao Espírito Santo. Reze, lute, não desanime!

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

13 de agosto de 2012

A familia gera a vida



A Igreja no Brasil aproveita o mês de Agosto para dar enfoque às vocações. Além das vocações sacerdotais e religiosas, outro dos chamados que é refletido é o da família cristã, berço e célula básica da sociedade. Uma família que viva os preceitos do Evangelho e seja, no mundo atual, testemunho do amor de Deus.
A coordenação nacional do Ministério para as Famílias propõe uma série de reflexões para este mês. Baseadas no tema do Encontro Mundial das Famílias deste ano, “A família: o trabalho e a festa”, esses temas semanais poderão a ajudar na oração em família ou no próprio Grupo de Oração.
2ª semana: A família gera a vida
Gn 1,27; 2,23-25
As primeiras páginas da Bíblia nos explicam o bem que Deus deseja para as suas criaturas. Deus criou o homem e a mulher iguais em dignidade, no entanto diferentes: um é homem e o outro é mulher. A semelhança unida à diferença sexual permite aos dois entrarem em diálogo criativo, estabelecendo uma aliança de vida.
Na narração do início do livro, Adão descobre-se homem precisamente no momento em que reconhece a mulher: o encontro com a mulher faz-se entender e mencionar o seu ser homem. O reconhecimento recíproco do homem e da mulher derrota o mal da solidão e revela a bondade da aliança conjugal. É o pressuposto para que cada um possa desenvolver a sua própria humanidade na relação e na interação com o outro.
No relacionamento homem-mulher, ambos se apoiam, compartilham e comunicam a vida, excluindo qualquer forma de inferioridade ou de superioridade. A igual dignidade entre o homem e a mulher não admite qualquer hierarquia e, ao mesmo tempo, não exclui a diferença. A diferença permite ao homem e a mulher unir-se em aliança, e a aliança os fortalece.
Criada da costela do homem, a mulher é “carne da sua carne e osso dos seus ossos. Por este motivo, a mulher participa da debilidade – a carne do homem, mas também da sua estrutura principal – o osso”.
Criando a mulher, Deus tira do homem a dor da solidão que o faz sofrer. E, assim, estabelece uma aliança conjugal, em que o homem e a mulher se concedem reciprocamente, gerando a vida, e possibilitando ainda, uma aliança genitorial como co-criadores, em que como pai e mãe transmitem, educam e acompanham os filhos.
A família natural nasce do casal: homem e mulher, na sua própria diferença sexual, a linguagem do Deus da aliança.  Nela, a linguagem do corpo tem um grande relevo, narra algo acerca do próprio Deus. A aliança que um homem e uma mulher, na sua diferença e complementariedade, são chamados a viver revela a imagem e semelhança do Deus Trino aliado do seu povo.
Airton e Marli Silva
Coordenadores Nacionais do Ministério para as Famílias

8 de agosto de 2012

ÁGUA: SERÁ QUE ACABA?


Por Diego FErnandes

              As águas de Siloé, na Palestina, regam Jerusalém. Na Bíblia, lemos que desde a criação do mundo “o Espírito de Deus pairava sobre as águas” (Gen 1,2). Jesus Cristo se apresenta como Senhor e fonte das águas: “Se alguém tiver sede, venha a mim e beba” (João 7,37-39).
             O máximo que um ser humano consegue sobreviver sem água são três dias. Sem comida, 28 dias. Não é redundante afirmar que a vida depende da água. Essa constatação aponta para a urgência de cuidar, economizar e educar para uma cultura de preservação e conscientização. É caso de vida ou morte.
O Planeta Água está morrendo de sede. Sede de pessoas que valorizem esse bem público e natural que temos. Homens e mulheres que estejam conscientes, mas livres de alarmismos estéreis e apocalípticos.
             O que fazer? Abusar menos. Preservar mais. Refletir, agir e abandonar o indiferentismo que geralmente se observa na maioria das pessoas quando campanhas de educação ambiental são inauguradas. Chegamos a esse ponto porque nos iludimos, pensando que a água nunca acabaria. Desperdiçamos. Poluímos. Adiamos projetos. Esquecemos que muitas culturas só se desenvolveram por causa da água. Agricultura. Navegação. Geração de energia. Transporte. Alimento. Criação de animais terrestres e aquáticos.
               Para a maioria das religiões, a água tem um valor sagrado, comunitário e ritual. Isso inclui o hinduísmo, cristianismo, judaísmo, islamismo, xintoísmo. Água para beber. Sobreviver. Rejuvenescer. Batizar. Purificar. Expulsar o mal. Agitada, é maldição e desordem. Calma, é bênção e ordem. No continente asiático, ela manifesta a origem da vida e a renovação corporal e espiritual. Simboliza fertilidade, pureza e sabedoria.
         (...) É urgente a criação de políticas públicas que não fiquem apenas no papel, assim como o incentivo à pesquisa universitária e a difusão do conhecimento científico nas diversas áreas sobre a temática da água. (...).

7 de agosto de 2012

PEQUENO MANUAL DO CATÓLICO



A Missa e outras obrigações

O Santo Sacrifício da Missa

1) O que é a Missa?
A missa é o sacrifício da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo que se realiza sobre o altar.

2) Como pode ser a Missa o sacrifício de Jesus se este morreu na Cruz há dois mil anos?
Pelo rito da Santa Missa, o mesmo sacrifício realizado há dois mil anos torna-se presente novamente, de um modo novo, um modo sacramental, ritual, incruento, ou seja, sem derramamento do Sangue, mas verdadeiro e eficaz.

3) Porque dizemos que a missa é o mesmo sacrifício, presente de modo sacramental?
Por que nela aquele mesmo sacrifício de Jesus se apresenta diante de nós através de sinais sensíveis que realizam a graça sacramental. Estes sinais, no caso da missa são as espécies consagradas, o pão e o vinho que, na consagração, se transformam no Corpo e Sangue de Jesus pelas palavras que o sacerdote pronuncia.

4) A Missa é, então, um Sacramento?
Sim, a Missa é a cerimônia na qual se realiza o Sacramento da Eucaristia, que é a presença real de Jesus na hóstia consagrada.

5) Essa presença de Jesus na hóstia consagrada é um símbolo de Jesus?
Não podemos dizer que seja apenas um símbolo. Jesus está realmente presente com todo seu ser. Toda a natureza humana e toda a natureza divina estão presentes na Sagrada Hóstia. Toda a substância do pão e do vinho se transformaram milagrosamente no Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Cristo.

6) A Igreja católica dá um nome especial a esta transformação?
Sim, a Igreja definiu o termo de “transubstanciação” como sendo o único capaz de exprimir o milagre que se opera na transformação do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Jesus.

7) Porque dizemos que a Missa é um sacrifício eficaz?
Por que pela presença real de Jesus nós recebemos não apenas a graça sacramental da Eucaristia, mas o autor mesmo da graça, Jesus Cristo, nosso Deus, a quem adoramos de joelhos. A presença real de Jesus é a maior graça que uma alma pode receber nesta vida.

8) De que modo podemos receber Jesus na Eucaristia?
Pela Santa Comunhão. Sendo um sinal sensível do sacrifício de Cristo, quando comungamos, recebemos Jesus como alimento de nossas almas. Ele vem ao nosso coração de um modo muito real e eficaz.

9) Como podemos nos preparar para receber Jesus no coração?
Antes de tudo, uma boa confissão, um arrependimento sincero dos nossos pecados. Devemos também viver sempre na presença de Deus, consagrando nosso dia a Ele, desde o levantar e agradecendo sempre as graças recebidas ao deitar. Na Santa Missa, estar atento ao que acontece no altar, de preferência seguindo o texto mesmo da missa no missal.

10) Existe algum momento da missa que seja mais importante do que outros?
O mais importante momento da missa é a Consagração. Assim que foram ditas as palavras da forma sacramental, o padre eleva a hóstia e o cálice para serem vistos pelos fiéis. Todos devem estar de joelhos, compenetrados, silenciosos e em adoração.

11) Existe algum outro momento em que devemos estar de joelhos obrigatoriamente?
Sim. Quando o sacrário está aberto, quando a comunhão é distribuída aos fiéis, quando o padre dá a bênção final.

O templo de Deus

A Igreja é a casa de Deus. Lugar de oração, lugar de silêncio. Nela, nada de profano deve entrar. Toda a vida de uma igreja gira em torno das coisas de Deus, principalmente do seu culto, do seu louvor, do seu sacrifício.

12) Qual é a parte principal de uma igreja?
É o altar. Ele é o centro e a razão de ser da igreja. Todo altar é de pedra, pois é sobre a pedra que se realiza um sacrifício. No Antigo Testamento vemos diversos exemplos de sacrifícios oferecidos sobre altares de pedra. Noé, quando sai da arca; Abraão quando vai sacrificar Isaac; Jacó quando acorda do sonho etc.
A Igreja mantém este costume. Mas o sacrifício oferecido já não é apenas figurativo do verdadeiro sacrifício, como no Antigo Testamento, mas o próprio sacrifício por excelência, o único agradável a Deus, o sacrifício de seu Filho.

13) Qual a primeira coisa que devemos fazer ao entrar numa igreja?
Molhando os dedos na água benta, fazemos o Sinal da Cruz. Caminhamos até o lugar em que vamos rezar, fazemos a genuflexão e nos ajoelhamos para rezar.

14) O que é uma genuflexão?
É um ato de adoração pelo qual dobramos nosso joelho direito até tocar o solo e voltamos à posição normal.

15) Em que momento devemos fazer a genuflexão?
Quando entramos na igreja, antes de sair da igreja e cada vez que passamos na frente do sacrário.

16) Existe algum outro tipo de genuflexão?
Sim. Devemos genuflectir com os dois joelhos sempre que o Sacrário estiver aberto, ou que um padre estiver elevando a hóstia na consagração de uma missa e que entrarmos nessa hora na igreja, ou ainda se o padre estiver distribuindo a comunhão. Também devemos fazer esta genuflexão com os dois joelhos quando o Santíssimo Sacramento estiver exposto na Custódia, para nossa adoração.

17) Como se faz esta genuflexão com os dois joelhos?
Devemos nos por de joelhos completamente, fazer uma leve inclinação com a cabeça e nos levantar-mos em seguida.

18) Além da água benta, da genuflexão e da oração, o que mais se pede quando se entra numa igreja?
Devemos estar vestidos corretamente, sem bermudas ou shorts, sem chinelos mas bem calçados, sem camisetas de alça, mas com camisas de mangas. Os homens e rapazes devem evitar as blusas com desenhos espalhafatosos, de esportes e coisas parecidas. As mulheres não podem entrar numa igreja com os ombros descobertos, sem mangas ou com mini-saias.

19) É obrigatório para as mulheres o uso do véu?
Desde São Paulo até bem pouco tempo sempre foi pedido às mulheres que cobrissem a cabeça dentro da Igreja. Esse é o costume que mantemos em nossas igrejas. Não somente porque está assim na Bíblia, mas também porque isso favorece o recolhimento e a oração.

20) Porque as mulheres devem vir à igreja de saias?
Porque as calças compridas dão a elas um ar menos feminino, diminuindo a distinção entre os sexos e favorecendo uma atitude menos recatada. Também por isso a saia deve ser abaixo do joelho. Estes são os critérios para as vestimentas em nossas capelas e isso tem mantido um ambiente muito bom, próprio para a oração.

21) Como podemos saber que a Sagrada Hóstia está presente no Sacrário?
O principal sinal da presença do Santíssimo é o véu que cobre o Sacrário. Este véu se chama “conopeu” e costuma ter a cor dos paramentos do dia. Além do conopeu, deve sempre haver uma lamparina acesa perto do Sacrário.

22) Se o Sacrário estiver vazio, devemos fazer a genuflexão?
Não. Diante do Sacrário vazio fazemos apenas uma profunda inclinação ao altar e ao Crucifixo. Neste caso a lamparina deve estar apagada e o conopeu levantado ou ausente.

A Missa vai começar

23) Em que momento devemos entrar na igreja para o início da Missa?
Devemos chegar sempre alguns minutos antes para nos recolhermos na oração, preparar o missal e, sendo necessário, nos confessarmos para poder comungar.

24) É permitido chegar atrasado na Missa?
Não é permitido chegar atrasado porque seria uma falta de respeito para com Deus, além de evidente prejuízo espiritual para as almas.

25) Existe alguma ordem formal da Igreja sobre isso?
Sim, um dos mandamentos da Igreja diz: assistir missa completa todos os domingos.

26) E se acontecer algum imprevisto no meio do caminho?
A Igreja tolera pequenos atrasos não culposos. Por isso ela considera que, chegando na missa dominical (ou festa de preceito) até o Evangelho, pode-se ainda comungar.  É preciso, no entanto, evitar sempre o atraso. O prejuízo é muito grande quando se perde as leituras e o sermão da missa.

27) Qual o melhor lugar para se assistir à missa?
Em princípio qualquer banco da igreja deveria servir para a boa assistência. Na prática, constata-se que as pessoas que ficam no fundo têm a tendência a se dispersar, se distrair, conversar, fazer sinais aos vizinhos, chamando a atenção para coisas que distraem do essencial. Evidentemente estes costumes são prejudiciais para as almas e podem chegar a ser pecado.

28) Qual o melhor modo de se assistir à Missa?
Usando o missal Latim-Português podemos acompanhar as belíssimas orações que a Igreja reza durante o Santo Sacrifício. Com o missal, também podemos acompanhar melhor os gestos e ritos que são explicados passo a passo.

29) Existe um modo de se entender melhor as diversas orações que compõem uma missa?
Uma divisão lógica dos textos pode ajudar a se localizar:
Devemos antes de tudo distinguir entre
Ordinário da Missa: são as orações fixas que se rezam em todas as missas
Próprio da Missa: são as orações daquele dia em particular.
No Próprio de toda missa existem:
3 antífonas : Intróito, Ofertório e Comunhão – As antífonas são pequenos textos que introduzem um salmo. Na missa, os salmos que seguem estas 3 antífonas ficam reduzidos a um versículo, como podemos ver no missal.
3 orações: Coleta, Secreta e Pós-comunhão – A Coleta é a oração sobre os fiéis, nossas necessidades espirituais. A Secreta é a oração sobre as secretas, termo antigo que designava o pão e vinho separados no Ofertório para serem consagrados. A pós-comunhão é a oração de ação de graças pelo alimento sacramental que acabamos de receber.
2 leituras, Epístola e Evangelho. Entre as duas curtas meditações que variam de acordo com a época do Ano Litúrgico: Gradual, Aleluia, Trato.

30) Existe ainda outras divisões que possam ajudar a assistir à Missa?
Sim. Considerando a missa de modo cronológico, podemos distinguir três partes.

31) Como se chama a primeira parte da missa?
Chama-se Missa dos Catecúmenos. Assim chamada porque, sendo formada pela parte penitencial e de instrução, era assistida também pelas pessoas que se preparavam para o batismo (os catecúmenos). Estes deviam deixar a igreja após o Credo. Os Santos Mistérios só podiam ser assistidos pelos batizados. Já não se tem este costume, mas o nome permanece. Também se chama a esta parte de Ante-missa.

32) Quais as orações da Missa dos Catecúmenos?
Orações ao pé do altar, com o Salmo Judica me (42) e o Confiteor.
Intróito, Coleta e a parte da Instrução: epístola, evangelho, sermão e o Credo, que é a profissão de fé católica.

33) Qual a segunda parte da Missa?
É a Missa dos Fiéis. Na antiguidade, todos os que, já sendo batizados e tendo podido confessar-se, estavam aptos para assistir o Santo Sacrifício e comungar.

34) Quais as orações ou partes da Missa dos Fiéis?
Ofertório, com o oferecimento do pão e do vinho que serão consagrados
Prefácio, longo canto que exprime o mistério da missa do dia.
Cânon, parte central da Missa. São as mais belas orações que o padre reza em silêncio e que têm seu ápice na Consagração.
Pai Nosso, rezado apenas pelo celebrante porque este ocupa o lugar de Cristo, que o rezou sozinho para ensinar aos Apóstolos
Comunhão
Orações finais

35) Qual a posição que devemos adotar ao longo da missa?
De joelhos:
- orações ao pé do altar até o final do Kyrie (nas missas de roxo ou preto até o fim da Coleta)
- do final do Sanctus até antes do Pai Nosso
- do Agnus Dei, durante toda a comunhão, até que o padre venha rezar a antífona da comunhão
- na bênção final

De pé:
- no Glória
- no Evangelho
- no Orate Fratres até o fim do Sanctus
- no Pai-Nosso até o Agnus Dei
- na antífona da comunhão até o fim do Ite Missa Est.
- no último Evangelho

Sentado:
- durante a Epístola até que o padre entoe o Evangelho
- durante o ofertório até que o padre entoe o Orate Fratres
- é permitido, mas não recomendado, sentar-se após o sacrário ser fechado, depois da comunhão (nunca se sentar durante a distribuição da comunhão ou com o sacrário aberto).

Seria uma falta não estar de joelhos: (salvo doença)
- na consagração
- a partir do Ecce Agnus Dei, quando o padre mostra a hóstia,  até que o Sacrário seja fechado
- na bênção final

36) O que se deve fazer após a comunhão?
Quando nos levantamos da mesa de comunhão, carregamos Jesus no coração. Toda nossa atenção deve estar voltada ao hóspede divino que nos vem visitar com tanto amor e misericórdia. Uma atitude compenetrada, o olhar voltado para baixo, silêncio na alma e no corpo. Chegando ao nosso lugar, ficamos de joelhos, procuramos fechar os olhos e rezar em silêncio, saboreando este encontro sublime com Nosso Salvador. Podemos também, para ajudar a concentração, rezar as orações tradicionais de “ação de graças”, como se encontram no próprio missal ou nos livros de oração.

37) Quando o padre sai da igreja, no final da missa, devemos sair também?
Quanto vale um só instante com Jesus presente em nós? Vale a pena prolongar nossas orações e nosso silêncio, principalmente se considerarmos que durante a semana, são raros os momentos de silêncio e oração. Fiquemos alguns instantes com Jesus em ação de graças, após a Santa Missa. O padre também volta à igreja para rezar sua ação de graças. Procuremos não impedi-lo, com nossas necessidades, de fazer sua ação de graças.

O uso do missal

38) Como podemos nos localizar melhor quando seguimos a missa no missal?
- O Ordinário da Missa fica no meio do missal. Ponha um marcador reservado para o Ordinário. É a parte fixa que se reza em todas as missas.
- Temporal : Toda a parte que precede o Ordinário é chamado de Temporal (missas próprias para o tempo): engloba todas as missas dos domingos ao longo do ano além de algumas outras missas que podem cair em dia de semana mas que estão inseridas nos mistérios da vida de Jesus Cristo: Natal, Epifania  e outras. Ponha um marcador reservado também para esta parte
- Santoral : Logo depois do Ordinário vem o Santoral. Missas dos Santos. Dividido em duas partes:
            - Comum dos Santos – são missas indicadas para diversos santos : comum dos confessores, ou comum dos mártires etc. No dia do santo está indicada a página quando se deve usar a missa do comum. Ponha um marcador par o Comum dos santos.
            - Próprio dos Santos – são as missas indicadas no dia mesmo do santo. Junto com a missa vem uma breve notícia histórica sobre a vida do santo. Vale a pena abrir todos os dias o missal para acompanhar os santos de cada dia. Ponha um marcador para o próprio dos santos.
- Missas votivas – São missas que rememoram algum mistério fora de época, para quando não houver nenhuma missa indicada naquele dia.
- Missa dos defuntos – todas as orações que devemos fazer nos enterros e nas doenças graves para pedir a Deus pelos nossos parentes e amigos.
- Manual de orações – muitas orações, ladainhas, consagrações, hinos, cânticos se encontram ainda no fim do missal. Não deixe de conhecer profundamente todas elas.

Outras obrigações dos fiéis

39) Além da assistência à Santa Missa, o que mais é pedido aos fiéis?
A Santa Igreja em sua sabedoria e para o bem de nossas almas, maior glória de Deus e para nossa salvação, pede ainda outras obrigações, que devemos procurar realizar com espírito de obediência e amor por Deus Nosso Senhor. São os chamados “Mandamentos da Igreja”.

40) Quais são esses Mandamentos?
São cinco:
- Assistir a missa inteira aos domingos e dias Santos de Guarda
- Confessar-se uma vez por ano pelo menos
- Comungar por ocasião da Páscoa
- Fazer jejum e abstinência nos dias prescritos
- Dar o dízimo segundo o costume

41) Porque a Igreja nos obriga a confessar e comungar na Páscoa?
Sendo a mais importante festa do Ano Litúrgico, centro dos mistérios da vida de Nosso Senhor, a Igreja considera que todos os católicos devem realizar este mínimo de amor por Jesus Sacramentado. Não significa que esta comuhão seja suficiente. O ideal seria que comungássemos todos os domingos. Mas a obrigação da comunhão pascal nos impele a fazer um bom exame de consciência. Quantas pessoas receberam a graça da conversão devido à confissão para a comunhão pascal.

42) Quais os dias Santos de Guarda?
Na Igreja Universal são dias santos de Guarda:
- Oitava de Natal (1º de janeiro)
- Epifania (6 de janeiro)
- São José (19 de março)
- Ascensão de Nosso Senhor
- Corpus Christi
- São Pedro e São Paulo (29 de junho)
- Assunção de N. Senhora (15 de agosto)
- Todos os Santos (1º de novembro)
- N. Sra da Conceição (8 de dezembro)

Em cada país a legislação muda quanto aos dias feriados. Todos os católicos devem fazer um esforço para ir à Santa Missa nos dias santos de Guarda quando não for feriado.

43) Quais os dias de jejum obrigatório?
Atualmente, apenas na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa. Mas o espírito da Quaresma nos move a jejuar com maior frequência, mesmo não sendo de obrigação. Leia mais sobre o jejum e a abstinência

44) Ainda é de rigor a abstinência de carne nas sextas-feiras?
Sim. Toda sexta-feira do ano devemos nos abster de comer carne (podemos comer peixe), em honra e em memória das dores da  Paixão de Cristo.

45) Porque existe a obrigação do dízimo?
Os padres não recebem salários, mas se dedicam em tempo integral às almas. Vivem atentos a todas as necessidades espirituais, e muitas vezes, às necessidades materiais dos seus fiéis. Nada mais justo que as famílias prevejam a subsistência do seu padre.

46) Como se paga o dízimo em nossas Capelas?
Cada família costuma deixar no início do mês uma quantia para este fim. Ela varia de acordo com as possibilidades de cada. Mas todos devem estar atentos para não faltar, de modo a cumprir esta grave obrigação que a Igreja nos impõe, em nome da Caridade e que não deixa de reverter-se para o bem dos próprios fiéis.